Será que "amarelamos" tanto quanto nossa camisa? Ou, como diz a música, ainda não chegou a "hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor"? Seríamos uma nação com complexo de "vira-lata"?
Mas vemos ao mesmo tempo um país pequeno, pobre e periférico como a Jamaica, que há décadas concorre no atletismo de igual para igual com os Estados Unidos, China e Rússia, e produz um fenômeno como Usan Bolt que ganha, ganha, se diverte, nos diverte e, soberano, não se abala: na "hora H" ele faz exatamente o que dele se espera: naturalmente, convictamente ganhar!
O que vejo é que, aquilo que conseguimos no vôlei e andamos perdendo no futebol é o segredo do psiquismo ganhador: a mentalidade do vencer, a capacidade de superar, de administrar as oscilações psicológicas inerentes à competição.
Neste sobe e desce de adrenalina, serotonina, dopamina, testosterona, cortisol, enfim, numa tempestade químico cerebral típica do estresse elevado ao extremo do "lutar ou correr", a administração mental, o equilíbrio entre pensar, sentir e agir, a capacidade de transformar frustração em estimulo imediatamente, no próximo enfrentamento, é o que leva um simples mortal a ser um imortal atleta do olimpo.
Seja um Phelps na natação que quebrou todos os recordes das olimpíadas ganhando 21 medalhas, ou um Bolt que se tornou bi-campeão dos 100 e 200 metros rasos pela primeira vez na história, ou uma Nádia Comanesci que já há décadas foi a única ginasta a tirar dez, independente de um ser americano, outro Jamaicano e a última romena, o que contou foi que na "hora H", eles têm algo em comum: tiraram do estresse o que ele tem de melhor - nos tornar vitoriosos, superar adversidades, nos tornar lideres.
Bem vindo o "bem estresse".
Eduardo Aquino (Jornal Super)
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